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QUAL DEVE SER O COMPORTAMENTO DO CRISTÃO BÍBLICO EM RELAÇÃO À POLÍTICA?
QUAL DEVE SER O COMPORTAMENTO DO CRISTÃO BÍBLICO EM RELAÇÃO À POLÍTICA?
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Em Doutrina Fiel, você pode fazer e responder perguntas e compartilhar sua experiência com outras pessoas!
Dentre muitas alusões que são proferidas, gostaria de salientar um detalhe interessante da fala do nosso nobre irmão e pastor Jamierson Oliveira (YouTube), quando fez menção ao fator "igreja no mundo, mas não mundana". Isso, de certa forma, é extremamente rico, e é com base nessa premissa que estarei desenvolvendo o meu argumento.
É notável o que as mídias sociais fizeram com a sociedade com relação ao seu envolvimento com a política; esse avanço tecnológico foi fundamental para que o homem comum se aproximasse da vida pública. Decorrente dessa explosão, tivemos neste início de século, a oportunidade de assistir a drástica diluição do monopólio jornalístico (grande imprensa - tvs, rádios, etc.).
No entanto, como nem tudo são flores, é verdade também que na discussão política, a participação do grande público, via redes sociais, parece não estar dentro dos padrões da inteligência. Infelizmente o fanatismo, a polarização e a "intolerância ideológica" têm sido a tônica das manifestações populares.
A igreja, como qualquer outro grupo deve se comportar de forma sóbria e ordeira sem que os seus princípios sofram interferências espúrias (politicagem). Gosto muito da "política" definida pelo filósofo Aristóteles (2007, p.62), onde ele afirma que
[...] quando o monarca, a minoria ou a maioria não buscam, uns ou outros, senão a felicidade geral, o governo é necessariamente justo. Mas, se ele visa ao interesse particular do príncipe ou dos outros chefes, há um desvio. O interesse deve ser comum a todos ou, se não o for, não são mais cidadãos.
Aristóteles nos convida a repensar nossos valores, considerando que o bem-estar do todo, além de ser justo, me afeta positivamente. Consoante à harmonia que é dispensada nos domínios da comunidade de fé - o bem-estar da comunidade é o meu bem-estar - procederá também, a participação política da igreja no âmbito social. Temos o direito e o dever de escolher os nossos representantes terrenos, e é nessas boas escolhas que representamos na terra O nosso Representante no céu, O Senhor Jesus Cristo, O Filho de Deus.
Diante de tais condições, é possível que a igreja, não apenas, desenvolva a sua cidadania terrena, mas arrebanhe muitos aspirantes a cidadãos do céu. Igreja no mundo, mas não mundana!
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo, SP: Martin Claret, 2007, p.62.
O evangelicalismo se divide quando o assunto é a participação política. Há quem pense que a política é "coisa deste mundo" e que a igreja não pode tratar disto. Este pensamento está equivocado, de acordo com as escrituras, pois uma das formas de melhorar a sociedade em um estado democrático de direito é por meio da escolha direta dos governadores, por meio do voto. Se a política não fosse coisa para homens de Deus, Daniel não teria sido um bom regente na Babilônia, José não teria sido instrumento de Deus no Egito para a preservação do seu povo e Deus não teria delegado ao oficio do profeta no antigo testamento a tarefa de ungir reis, outros profetas e os sacerdotes. A propósito o rei, o profeta e o sacerdote abarcam para si muito bem aquilo que estamos acostumados a chamar de divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.
Outras opiniões sobre o tema: https://disqus.com/home/discussion/dss-blog-1/a_igreja_e_a_politica_versos_versos_publicacoes_cristas/